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Corner da Irlanda sedia os Encontros com os Estudos Irlandeses no 2º semestre

O corner da Irlanda no Centro Intercultural Internacional da USP sediará os Encontros com os Estudos Irlandeses no 2º semestre. Confira a programação completa abaixo e participe!

Programação

“Um panorama do teatro irlandês: nação, história, emancipação e reconciliação”
Com Michelle Alvarenga
Dia: 09 de agosto de 2024, às 14h

“A Modernidade da Salomé de Wilde”
Com Ana Carolina Vilalta
Dia: 13 de setembro de 2024, às 14h

“Muros não derrubados: história e narrativa das linhas de paz e murais norte-irlandeses”
Com Jessica Grant
Dia 08 de novembro de 2024, às 14h


Saiba mais sobre os encontros abaixo

Um panorama do teatro irlandês: nação, história, emancipação e reconciliação

Esta palestra visa apresentar o teatro irlandês com peças de dramaturgos nascidos na Irlanda, na Irlanda do Norte e oriundos da diáspora irlandesa. Pretende-se explorar seu papel decisivo na construção do Estado-Nação, sua atuação engajada para promover a conscientização e a conciliação em momentos-chave da história recente irlandesa e seu poder de ressignificar a história por meio da arte.

Michelle Alvarenga é docente de literaturas de língua inglesa, diretora da Associação Brasileira de Estudos Irlandeses e doutoranda do Programa de Estudos Linguísticos e Literários da Universidade de São Paulo.  Brasil. Lecionou no Instituto de Letras da Universidade de Brasília – UnB e na School of English, Drama and Film da University College Dublin – UCD (Irlanda).

A modernidade da Salomé de Wilde

A palestra “A Modernidade da Salomé de Wilde” tem como objetivo (re)apresentar o autor irlandês Oscar Wilde através de uma de suas obras mais controversas, a tragédia Salomé (1891). Através de uma contextualização da releitura de Wilde, pretende-se evidenciar como sua perspectiva impactou o imaginário coletivo moderno sobre o episódio bíblico da morte de João Batista.

Ana Carolina Vilalta Caetano é mestranda pela Universidade de São Paulo e sua pesquisa, financiada pela FAPESP (Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo), analisa a influência da peça Salomé do autor irlandês Oscar Wilde na obra de Richard Bruce Nugent, nome importante do período conhecido como Renascimento do Harlem. Ela é formada em Letras (Português-Inglês, Bacharelado-Licenciatura) também pela Universidade de São Paulo.

Muros não derrubados: história e narrativa das linhas de paz e murais norte-irlandeses

Esta apresentação trará o contexto histórico e as narrativas diversas das linhas de paz e dos murais tão comuns na Irlanda do Norte. Os Troubles, o conflito sectário que marcou o país por 30 anos, tornou seus bairros cada vez mais homogêneos, com muros e portões cruzando cidades como Belfast e Derry (quem já viu o filme “Belfast”, vencedor do Oscar de melhor roteiro original?). Além das bandeiras, os murais pintados com elementos paramilitares, históricos e identitários marcam os diferentes lados. Mesmo 26 anos depois do Acordo de Paz, muitas das chamadas linhas de paz ainda estão em pé – ao contrário de outros muros históricos, como o de Berlim, que celebrará 35 de sua queda. Hoje, os murais retratam também de futebol às personagens da série “Derry Girls”.

Jessica Grant Craveiro é formada em Jornalismo (Faculdade Cásper Líbero) e Letras – Inglês e Português (Universidade de São Paulo – USP). Também é mestre em Estudos Linguísticos e Literários em Inglês pela USP, quando pesquisou literatura norte-irlandesa. É autora do livro “O poder de lembrar: narrativa, memória e trauma cultural em The International, de Glenn Patterson”. Atualmente, trabalha com comunicação institucional no terceiro setor.

COMO FOI?

por Francesco Turilli

A mestranda Ana Carolina Vilalta Caetano explicou parte do trabalho de pesquisa que está realizando para sua tese. Em particular, centrou-se na tragédia Salomé de Oscar Wilde, focando a sua intervenção na peculiaridade desta obra dentro do corpus do autor irlandês. A palestra começou com a apresentação do escritor e com a descrição da sua condição de irlandês radicado no Reino Unido, e depois passou para uma rápida visão geral da produção literária de Wilde, concluindo-se com uma análise mais aprofundada da peça teatral que representava o foco da apresentação. Além de descrever o enredo de Salomé e as releituras wildianas da narrativa bíblica presentes nela, Ana Carolina passou em seguida a analisar as obras literárias, musicais e cinematográficas que se inspiraram nessa tragédia. A parte final da conferência centrou-se, portanto, no sucesso dessa peça e nas suas adaptações modernas e contemporâneas.

(publicação em 02 de agosto de 2024/atualização em 18 de setembro de 2024)